sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Um abraço ao Alentejo


Reguengos de Monsaraz acordou bem cedo com o bulício das sirenes que abriam alas para deixar passar a caravana da 79.ª Volta a Portugal em Bicicleta “Santander Totta”. A praça da Liberdade encheu-se de povo que aplaudiu os corredores e vibrou com as emoções do ciclismo.

Texto e Fotos Firmino Paixão

É que a Volta a Portugal regressou ao Alentejo. Depois de em 2016 a organização ter escolhido Alcácer do Sal para ali dar partida à última tirada dessa edição da prova, coube agora à Capital dos Vinhos de Portugal ver partir a segunda etapa da competição que assinala o 90.º aniversário da volta.
Um pelotão com 140 corredores de 24 nacionalidades e cinco continentes, 18 equipas, seis delas portuguesas, estreitaram este abraço fraterno à região alentejana que Joaquim Gomes referiu ser: “Um dos pontos de que a organização tem dado nota, relativamente ao regresso do Alentejo aos grandes domínios da Volta a Portugal”. E fez notar que “Reguengos de Monsaraz recebeu-nos de braços abertos, mas estou obrigado a referir que o fez numa parceria bastante salutar com os municípios de Redondo, Vila Viçosa, Borba e mais alguns parceiros que entenderam, de mãos dadas com o município de Reguengos de Monsaraz, chamar a si os grandes desígnios da Volta a Portugal”.
O resto, assegurou o antigo ciclista, “será tentarmos escrever história, como aconteceu nas primeiras etapas, numa volta que algum setor crítico apelida de uma prova relativamente fácil, em que numa etapa (a primeira) que ultrapassou os 200 quilómetros com os últimos marcados por duas montanhas de 3.ª categoria, a última das quais a serra da Arrábida e que acabou por revelar um espetáculo de altíssimo nível e afirmar a equipa do W52 Futebol Clube do Porto como a grande favorita à vitória individual e coletiva desta volta”.
O diretor de organização da Volta a Portugal assegurou que está a ser feito um esforço para reconquistar estes territórios do sul para o itinerário da volta, mas advertiu: “Faço um apelo à compreensão geral, porque o nordeste transmontano, também com um passado riquíssimo relativamente a presenças na volta, esteve afastado durante tantos anos. O Alentejo está de regresso mas, para se manter o Alentejo, outras regiões, também importantes na prova, passarão a estar de fora”. E explicou: “Temos que entender a volta num formato de 11 dias em que o primeiro será sempre um prólogo de escassos quilómetros que nunca sairá dos limites de uma cidade. Neste ano, a etapa final, com pouco mais de 20 quilómetros, será disputada numa só cidade, portanto, temos nove dias para o restante território e dificilmente podemos fazer melhor do que estamos a fazer neste momento. O importante é que as pessoas entendam que este fenómeno não é fácil de gerir, mas o fundamental é que não nos esqueçamos de nenhuma região e assim que for oportuno faremos todos os esforços para regressar”.
No pelotão pedalam dois “compadres” alentejanos, na essência familiar e na tradição regionalista de Almodôvar, a Capital Alentejana do Ciclismo, ambos com a camisola amarela da Efapel.
Henrique Casimiro disse ao “Diário do Alentejo” que: “Partimos sempre com o princípio de vencer, esta volta não será exceção. Tive uma contrariedade na primeira etapa, envolvido numa queda, mas quero acreditar que não me vai influenciar o resultado final. O nosso objetivo é também vencer etapas, mas estamos com os olhos postos na vitória individual e coletiva”.
Daniel Mestre completou: “Andamos no pelotão sempre com o pensamento na vitória. Queremos vencer algumas etapas, temos trabalhado para isso, mas o pensamento está em tentar o triunfo na Volta a Portugal. A nossa máxima é ganhar e estamos aqui todos com esse objetivo diário, sabendo que a concorrência tem o mesmo pensamento, mas isso não limita a nossa ambição”.
E lá pedalaram a caminho de castelo Branco, onde se conclui esta etapa que subiu pela região dos mármores até à serra de São Mamede, antes da meta albicastrense, onde a formação azul e branca confirmou a sua hegemonia, mantendo o espanhol Raul Alarcon de amarelo, enquanto líder da geral individual.
A Volta a Portugal cumpre hoje o dia de descanso. Amanhã sairá de Lousada para Santo Tirso, no domingo de Gondomar para Oliveira de Azeméis. Na segunda-feira partirá da Lousã para a Guarda e, na terceira-feira, Viseu receberá o contrarrelógio final e consagrará o vencedor desta edição festiva da Volta a Portugal.

Fonte:  http://da.ambaal.pt/

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