sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Soluções em “banho-maria”



Seis dos 10 clubes filiados na Associação de Atletismo de Beja analisaram a atual crise diretiva da referida associação, onde o executivo de Amélia Vaz decidiu permanecer por mais 30 dias.

Texto e fotos Firmino Paixão

O Beja Atlético Clube, o Bairro da Conceição, o Messejanense e o Núcleo Sportinguista de Moura foram os clubes ausentes da reunião magna do atletismo regional, com uma agenda eleitoral que, previamente, se sabia que não seria cumprida por falta de candidaturas, mas onde se discutiu o futuro daquele órgão associativo. 
Mais notadas as ausências dos emblemas de Beja pelo peso que têm na estrutura, mas não foi por esse alheamento que a reunião deixou de discutir consensualmente as propostas apresentadas: a extensão do mandato dos atuais órgãos sociais por mais 30 dias, permitindo a convocação de mais uma assembleia eleitoral e, persistindo a ausência de candidatos, a formação de uma comissão diretiva representativa dos vários filiados. 
No final da reunião a presidente ainda em exercício, Amélia Vaz, referiu: “Não sou pessoa de bater com a porta, nem de virar as costas, estou cansada, foram seis anos e, além disso, uma lista não é apenas a direção, são mais elementos e hoje em dia, no associativismo, toda a gente está disposta a criticar, mas para trabalhar ninguém quer dar a cara”. 
Amélia Vaz revelou ainda: “Saio com a consciência tranquila de que fizemos, não fui só eu, foi a direção, fizemos trabalho, demos o nosso melhor, deixámos a casa muito bem arrumada para quem vier a seguir e posso mesmo dizer que temos as contas todas em dia, portanto, estamos limpinhos para que, quem vier a seguir, possa trabalhar tranquilamente”.
Raul Lourenço, presidente do Núcleo Desportivo e Cultural de Odemira, anunciou: “Não trazia nenhuma proposta, o núcleo já dá muito trabalho, estamos disponíveis para fazer com que a associação consiga ter um corpo diretivo para que a época desportiva corra da melhor forma, que haja quórum e consenso, porque o atletismo distrital não pode parar”.
Maria Santos, atleta do Beja Atlético Clube e membro da direção cessante, confessou: “É com alguma tristeza que vejo o que está a acontecer, este foi um ano com algumas lutas, mas temos que nos unir, com firmeza, para mantermos a nossa associação em atividade e não a deixarmos cair”. A atleta escusou-se a comentar a ausência do seu clube, mas assegurou estar convicta de que “a época decorrerá normalmente”: “Vou manter a minha atividade como atleta do Beja Atlético Clube, mas estarei disponível para integrar uma nova solução para os órgãos sociais, se para tal for convidada. Não serei eu o problema, contribuirei sempre para uma solução”. 
António Casaca, presidente da assembleia-geral, disse conhecer o historial dos atos eleitorais para a associação, pelo que não o surpreende esta ausência de candidaturas: “Os clubes só olham para o seu próprio conforto e os aspetos associativos, que deviam interessar ao coletivo, ficam para trás. Mas sem um órgão associativo que os enquadre os clubes não serão nada”. Casaca recordou ainda: “Esta associação é um órgão que criou um estatuto de líder de todas as associações regionais do interior do País, que tem tido uma preponderância na liderança do atletismo alentejano, mas para que isto se mantenha é preciso que existam líderes e, neste momento, eles não existem”. 
Assegurando que a época desportiva não está em risco e que a situação financeira da associação é equilibrada, Casaca disse ainda: “Pelo menos esta assembleia-geral teve uma coisa positiva que foi a presença de seis clubes entre os 10 filiados, o que demonstra que existe já alguma inquietação e a consciência que algo de muito grave acontecerá se não existir uma associação neste distrito”. Casaca concluiu dizendo: “Foi uma reunião pacífica, consensual, procuraram-se soluções e vai ser marcada uma nova assembleia”.
Fonte: http://da.ambaal.pt/

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